Bem vindo ao Caudata Mania

Este blog foi criado com o intento de promover, em Portugal, este fantástico hoobie que é a manutenção de caudatas (tritões e salamandras) em cativeiro. Neste, iremos encontrar conselhos básicos para uma boa iniciação, assim como fotos ilustrativas e artigos informativos. Se já é um perito divirta-se, participando com novas ideias e opiniões. O Caudata-Mania estará em constante evolução. O que é hoje, não é o que era ontem, nem será o que irá ser amanhã. Acompanhe-o e esteja atento às novidades!

Espécies autóctones

Uma vez que ao abrigo das leis nacionais não são permitidas a captura e a manutenção de espécies autóctones, independentemente do seu reino, classe ou ordem, os entusiastas nacionais não estão autorizados a manter as espécies que apresentaremos em seguida. No entanto como ocorrem no território nacional seis espécies de caudatas, assim como três subespécies, achamos por bem em lhes atribuir a presente página, pois para alem de serem criaturas de uma beleza extraordinária, o leitor ficará assim ciente do que poderá observar nas florestas e bosques portugueses, caso decida realizar uma saída de campo. Mais recentemente, tal lei foi alterada e actualmente o leitor já pode manter as referidas espécies, caso detenha em sua posse documentação que comprove que os seus animais foram criados em cativeiro. Porem aconselhamos que consulte as identidades responsáveis.

Triturus marmoratus marmoratus
Tritão marmoreado

Sem duvida alguma o expoente máximo das espécies nacionais. O Tritão marmoreado, tal como é comummente designado é um dos maiores dentro do seu género. Assim sendo é muito improvável que seja confundido com qualquer outra espécie de Triturus, até porque a sua coloração é bastante distinta. Geralmente os T. m. marmoratus atingem os 14cm / 15cm na idade adulta, podendo ir até aos 17 cm, por norma as fêmeas são maiores, no entanto o seu tamanho varia com a sua origem geográfica. São bastante robustos, com pequenas verrugas na pele que se assemelham a veludo, alguns indivíduos são predominantemente pretos, com manchas verdes, enquanto noutros se regista o inverso. A parte inferior é castanha escura ou preta com pequenas manchas brancas. A crista que ostentam na época de reprodução é bastante alta com bandas verticais escuras. Mesmo fora da época de reprodução, os machos adultos exibem vestígios da sua crista, ainda bastantes perceptíveis. As fêmeas não têm uma crista dorsal, mas a sua barbatana caudal torna-se muito maior durante a época de reprodução. Ocorrem em Portugal, Espanha e França. No entanto nos Pirinéus e áreas confinantes encontram-se ausentes. No centro e sul de Portugal e na metade sul de Espanha, o T. m. marmoratus dá lugar ao T. m. pygmaeus. O seu habitat consiste em florestas de folha caduca ou mistas, podendo ser observados com frequência em aglomerados de vegetação morta e em esconderijos proporcionados pela madeira em decomposição. Emergem dos seus refúgios pela hora do crepúsculo e são essencialmente nocturnos.
Até à presente data o T. m. pygmaeus é considerado uma subespécie de T. marmoratus, havendo no entanto quem o considere uma espécie distinta. Em tudo semelhantes, ainda assim podemos apreciar algumas diferenças, sendo a principal e mais obvia o tamanho, pois estes raramente ultrapassam os 11 cm quando adultos. Outra diferença que podemos observar nestes é o facto das manchas brancas que se encontram na parte inferior do dorso serem maiores e de aí também apresentarem pequenas marcas cremes por vezes amareladas. Algumas populações de T. m. pygmaeus em Portugal e Espanha apresentam uma tonalidade bronze, em vez da habitual, particularmente durante a época de reprodução. A sua crista dorsal é menos acentuada, bem como mais baixa.

Lissotriton boscai
Tritão-de-ventre-laranja

O Tritão-ibérico ou Tritão-de-ventre-laranja, tal com é conhecido em Portugal, é uma espécie endémica da Península Ibérica. Ele habita em todo o território nacional e na parte ocidental de Espanha. Podendo ser encontrado numa grande variedade de ambientes, incluindo florestas de eucaliptos, pinheiros, bosques de carvalhos, pântanos, campos, valas agrícolas, minas, cavernas, piscinas temporárias, lagoas, lagos profundos, e até em rios e riachos de corrente moderada. Pode atingir até 11 cm, dependendo da sua origem genética. As populações mais setentrionais têm tendência a serem maiores que as do sul. Não obstante, os indivíduos do sexo masculino são mais pequenos de que os do sexo feminino, no entanto os membros dos machos são maiores. A fêmea tem um tronco arredondado e a cloaca é cónica, apontando para trás. A sua coloração dorsal é verde azeitona, castanho, amarelo quebrado, cobre, ou quase preto durante a fase terrestre. Pode haver pontos pretos ao longo do corpo. As barrigas são vermelho brilhante, laranja ou amarelo. A coloração diminui ao longo do pescoço e da cauda. O colorido da barriga e a cor dorsal são separados por uma faixa branca. Geralmente as fêmeas são mais escuras, apresentando uma bonita coloração, semelhante à cor do azeite. A pele é brilhante e lisa durante a sua fase aquática e um pouco granulosa durante a fase terrestre. A cauda é muito comprimida lateralmente, podendo desenvolver uma crista baixa. O comprimento da cauda é normalmente do mesmo tamanho, ou até maior, do que o comprimento do corpo. Em Espanha estão em vias de extinção e consequentemente estão protegidos pelas leis do país. Há populações saudáveis nas regiões do norte, nomeadamente na Galiza, mas nas restantes regiões já vai sendo muito raro. A situação em Portugal é completamente diferente, pois não é uma espécie ameaçada, sendo até bastante comum por todo o país.

Salamandra salamandra
Salamandra de fogo

A salamandra comum Salamandra salamandra é de todas as espécies deste género a que, sem duvida alguma, tem a mais ampla distribuição geográfica, ocorrendo praticamente em todo o continente europeu à excepção das ilhas britânicas e da Escandinávia. Existem cerca de quinze subespécies, das quais duas existem em Portugal; a S. s. galaica que ocorre no Norte do país e no noroeste de Espanha. E, a S. s. crespoi que ocorre no sul Portugal, nomeadamente na Serra de Monchique. A sua coloração é bastante diversificada, sendo este o principal factor que marca as diferenças entre as espécies e subespécies. Geralmente a cor básica é o preto, que por sua vez é mais suave na parte inferior e pintalgado por manchas amarelas ou vermelhas ao longo de todo o corpo, sendo que algumas subespécies podem ser completamente amarelas ou completamente pretas. É também a maior de todas as espécies, podendo os adultos mais robustos alcançar tamanhos entre os 25cm e 30cm de comprimento. Geralmente, em todas as espécies e subespécies, a constituição dos machos é menor do que a das fêmeas, tendo estes uma cloaca visivelmente mais avolumada. Atrás dos olhos possuem glândulas que libertam toxinas, com as quais envenenam os seus potenciais predadores.

Chioglossa lusitanica
Salamandra-lusitânica

A salamandra-lusitânica ou saramantiga é uma espécie endémica do noroeste da Península Ibérica, a qual ocorre em Portugal e Espanha. Em Portugal está presente na região norte, nomeadamente a norte do Rio Tejo, sendo a população que se pode encontrar mais a sul a da Serra de Alvelos. Em Espanha está presente na Galiza, nas Astúrias e no oeste da Cantábria. Possui um corpo estreito e cilíndrico, raramente ultrapassando os 16 cm de comprimento. A sua cauda é longa, podendo nos adultos atingir dois terços do comprimento total do animal. Os olhos são protuberantes. As patas dianteiras têm 4 dedos e as traseiras 5. A sua cor básica é o preto e tem 2 listas dorsais de cor dourada ao longo do corpo, as quais se unem na cauda. A superfície dorsal pode ter pequenos ponteados azulados. O ventre é cinzento. Quando se sente ameaçada tem a possibilidade de soltar a cauda, que é posteriormente regenerada. Esta espécie encontra-se actualmente em perigo de extinção.

Lissotriton helveticus
Tritão palmeado

A sua distribuição está cingida à Europa ocidental, desde da Escócia até ao norte da Península Ibérica. Em Portugal podemos encontrá-lo no noroeste do país. Ocorre principalmente em pântanos de planície, florestas, pastagens e terrenos agrícolas, onde todos os tipos de água parada são adequados para a sua reprodução. É tamém uma espécie pequena, superficialmente semelhante à L. vulgaris e à L. boscai, a qual geralmente não ultrapassa os 10 cm de comprimento, alcançando os machos por norma 8,5 cm e as fêmeas 9,5 cm. A principal característica nos machos desta espécie é a presença de uma membrana interdigital entre os dedos dos membros posteriores, devendo a esse facto o seu nome comum, tritão palmeado, e uma secção quadrada do corpo bastante angulosa, ao contrário das fêmeas que são arredondadas. Nos dois sexos é bastante visível uma faixa escura sobre a cabeça, desde o nariz até ao pescoço, passando sobre os olhos. Na época da reprodução os machos têm uma crista, de baixo-relevo, ao longo das costas, a qual se eleva um pouco mais na cauda, onde a sua coloração também se adensa. A cor base de ambos os sexos é verde azeitona ou castanho. Ambos os sexos têm a barriga amarela ou laranja. Uma característica peculiar desta espécie é o facto de por vezes terem tendências canibais.

Pleorodeles waltl
Salamandra-de-costelas-salientes

A salamandra-de-costelas-salientes ou salamandra-dos-poços é o maior anfíbio caudado europeu, podendo atingir entre 15 cm a 25 cm de comprimento. Distribuísse pelo sul e oeste da Península Ibérica, ocorrendo também na região ocidental de Marrocos. Habita em charcos e lagos de pouca corrente, mas também em poços e cisternas de água. De aparência achatada, têm uma enorme cabeça com os olhos a apontar para cima. O seu formato chato está adaptado para que possam deslizar rapidamente sob rochas a fim de se esconderem nas frinchas. A sua zona abdominal, por norma, é corpulenta especialmente nos indivíduos do sexo feminino. A sua cauda é aproximadamente do mesmo comprimento do corpo. A sua pele é bastante granulada, facto que lhes é proveitoso para preservarem água no seu organismo. A sua coloração geralmente é cinza coberta por manchas castanho escuras, já quanto ao ventre a sua cor é bem mais leve do que a das costas, apresentando uma tonalidade creme. Quando ameaçada pode projectar as suas costelas tomando uma aparência mais ameaçadora. Tem uma actividade diurna e crepuscular. Nesta espécie o dimorfismo sexual é evidente, tendo a fêmea membros maiores e cauda mais curta. O macho, por sua vez, possui uma cauda maior e membros posteriores maiores e mais musculados.

Fontes: Caudata.org. / Wikipédia, a enciclopédia livre / AmphibiaWeb